quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Fa...pra chegar amanhã é preciso dormir!

Não contei quantas vezes falei esta frase: Fa...pra chegar amanhã é preciso dormir!
Vou começar do começo, assim facilitará a quem não sabe e se recordará quem já conhece esta história. Por algumas vezes, pelo menos uma vez no mês, gostávamos de sair (cinema, teatro, motel, cantina, restaurante, barzinho). Fomos inúmeras vezes num motel que adorávamos - Karina - em São Bernardo mesmo. E numa dessas idas ao motel, resolvemos concretizar nossos sonhos...ter um casal de filhos. Foi aí que fizemos uma "guapa" segundo meu médico.
Não foi uma gravidez como eu esperava que fosse, vou explicar! Precisei ficar mais "contida" do que pretendia, por ter tido um filho há sete anos antes que foi "natimorto". Como não havia relatório do ocorrido na época, meu médico não quis arriscar a gravidez. E, meu pai estava doente terminal.
Eu ajudava com meu pai, nas compras e como acompanhante no hospital.
Meu médico era muito amigo do médico de meu pai, e nessas trocas de informações, meu médico um mês antes do nascimento de minha filha sugeriu de fazer cesárea pois já estava pronta para nascer e meu pai parecia esperar o nascimento dela para "partir". Eu não concordei, quis aguardar o dia dela, o dia especial dedicado somente a ela.
No dia 17 de novembro meu pai teve alta hospitalar. No dia 18 de novembro volto ao hospital, mas na maternidade, às 07h00. Entre soro, tranquilizante, anestesia, ela nasceu por cesárea às 16h45. Acho que onde ela estava deveria estar bem confortável. Nasceu minha princesinha, perfeita, loiríssima, olhos verdes, foi de dar inveja a todas as mães, até o primeiro choro que parecia uma sirene. Todos ouviam, que pulmões! Tanto que meu quarto era o último do corredor do Hospital Brasil e ela era a primeira a ser entregue.
Tivemos alta e fomos para casa...aí começou a boemia! Ela não dormia a não ser no colo...socorro!
Todas as "simpatias" (que não deram certo) fiz. A minha consciência me indicava ensinar como a primeira palavra emitida por ela...pai. Deu certo chamava pai pra tudo, principalmente de madrugada e o pai lá estava na primeira semana, com a maior satisfação..."olha que linda, não chama por você, só por mim". Mal sabia que ela não havia aprendido outra palavra.
Claro que depois da primeira semana, mesmo chamando por pai, quem atendia era eu, a manhê (não adianta ensinar a palavra mãe...ficaremos manhêêêê que adoro ouvir e sentir, hoje!).
Minha dificuldade com esta criatura, era fazê-la dormir no berço e se alimentar. Usava a frase de que pra chegar amanhã é preciso dormir. E que para o cabelo crescer é preciso comer. Pouco resolveu. O que resolveu mesmo foi o nascimento de seu irmão. Aí eu dizia: ...que vergonha, você uma moça com três anos de idade não dorme e não come. Olha seu irmão, um bebê dorme a noite toda e come tão bem".
Que garota criativa, prendada, estudiosa, dedicada, amiga, companheira. Nunca tive problemas com escola, a não ser por ela falar muito, distraíndo as colegas que ficavam atrasadas nas atividades.
O tempo passou, se formou jornalista e hoje é uma profissional. Mas continua sendo minha amiga e companheira. Gata...logo mais estaremos comemorando mais um aniversário. Espero que todos seus aniversários sejam pelo menos maravilhosos como você. A distância geográfica nos mantem distantes fisicamente mas não em pensamento e por esta razão digo que você foi, é e sempre será meu melhor sonho!